sábado, 13 de fevereiro de 2010

Um casamento especial

Pedi permissão ao Editor do EC para contar uma história de casamento: o enlace matrimonial do próprio Rev. Josué e de sua esposa Paula Suzuki. Eu o chamo de especial, porque o ato se revestiu de características bem distintas. Como o Rev. Josué é ministro encarregado em Caxias do Sul/RS, da Paróquia da Virgem Maria, e sua esposa é de origem japonesa, elementos culturais se entremesclaram, para a realização do casamento: serra gaúcha, tradição anglicana e traços culturais japoneses. A cerimônia poderia ser considerada ecumênica porque um dos celebrantes da mesma, cunhado de Paula, é pastor presbiteriano; o outro celebrante foi nosso bispo diocesano. O rito utilizado foi o da IEAB, mas houve momentos especiais que repontavam à tradição japonesa. É dado interessante comentar as roupas dos noivos e a decoração: Josué chegou vestido de terno preto e chapéu côco; Paula entrou com seu pai, trajando os dois, vestes especiais japonesas de casamento; um, já idoso, de barbas e bigodes brancos, uma simpatia, parecia um samurai: ela, uma radiante jovem nos seus trajes tradicionais. Como os noivos já tinham tido uma união anterior, cada um, 3 meninos, os filhos, entraram, trazendo flores em estilo japonês. A cerimônia foi ao ar livre, à noitinha, com o agradável ar da serra, na parte de fora de uma cantina italiana, um local belíssimo, onde se sentia o odor das uvas, prontas para a colheita. O altar, montado pelos noivos, tinha elementos da tradição anglicana e objetos da cultura japonesa. Os celebrantes conduziram os noivos no rito da IEAB, e um momento de grande emoção foi o instante dos votos mútuos: Paula cantou, em forma de oração, seus votos de compromisso para com Josué, e o noivo fez seus votos, como se fosse uma poesia. Os convidados, poucos, a maioria familiares, acompanharam com extrema simpatia toda a cerimônia. As cores das flores eram muito amarelo, com toque de branco. As luzes, em forma de lanterna, aumentaram o ar intimista da celebração. Foi como se todas as pessoas casadas, ali, estivessem casando novamente. A confraternização que se seguiu, no interior da cantina, deu um acabamento especial a todo o evento. Nossos votos de felicidades, de meu esposo e meus, ao jovem casal, que teve a coragem de perseguir a felicidade humana, até encontrá-la, e teve a gentileza de compartilhá-la com as outras pessoas. A celebração de casamento de Josué e Paula aconteceu no dia 13 de fevereiro deste ano. Este relato, bastante breve e incompleto, nos leva a refletir sobre o espaço que nossa Igreja dá às pessoas bem intencionadas. Podemos descobrir, neste fato, a experiência da inclusividade, de uma nova oportunidade para todos que buscam a felicidade aos olhos de Deus, da inculturação (ao agregar elementos de outra cultura numa cerimônia da igreja brasileira), da ambientação num espaço fora do templo, mostrando que quem faz a Igreja somos nós, não somente as paredes de um templo, embora elas sejam muito importantes, também. Todos os dias, o Senhor nos dá a oportunidade de construirmos a História da Igreja com a nossa contribuição particular. Não percamos essa oportunidade!
por Profª. Vera Lucia de Oliveira
Fotografia: André Susin


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